terça-feira, 13 de maio de 2014

História política


CASAÇÕES DE SOARES

Em 1989 – ano das eleições diretas para a Presidência da República, depois de quase 30 anos – a desordem, na política de Castanhal, atingiu o Poder Executivo, com escândalo de repercussões nacionais. A ambição do poder se fez sentir, durante a investidura de José Soares da Silva, através de um amotinamento provocado pelo seu próprio vice-prefeito, José Ferreira Nobre.
O médico José Soares ganhou popularidade a partir do trabalho que realizou como secretário de saúde, na gestão de seu antecessor. Indicado à prefeito por este, saiu vitorioso pelo PMDB nas eleições de 1988, com 13.649 votos quando o seu principal adversário, Pedro Coelho Filho (PDS), coligado ao PL e ao PJ, obteve 10.460 votos.
No segundo mês de mandato Soares já estava indisposto com a Câmara de Vereadores. Por capricho não remeteu, ao Poder Legislativo, nenhuma das prestações de contas trimestrais, obrigatórias, durante o ano todo. Depois disto vai a pé, em passeata junto com populares e funcionários municipais, ao prédio da Câmara com a intenção de entregar algumas pastas, onde supostamente estariam documentos das contas da PMC, mas faz isto às 17 horas, quando o expediente encerrava-se às 13. Sem querer ouvir as explicações do vigia do prédio, de que o expediente do Legislativo já havia encerrado, Soares atira as pastas no chão e retorna com sua comitiva para a Prefeitura. A partir daí os vereadores começam a elaborar o processo de impeachment, de cassação de seu mandato.
O primeiro impedimento deu-se, pela Câmara, quando Soares ficou afastado durante 11 meses, assumindo a vaga o vice-prefeito José Ferreira Nobre. O segundo afastamento foi importo pela Justiça, mas depois Soares voltou por força de medida judicial liminar e ficou como Prefeito, por mais um ano e 4 meses, concluindo o mandato.
No início de 1990 o médico castanhalense Almir Gabriel é lançado candidato à vice-presidente da República, pelo PSDB, na chapa de Mário Covas.



(Trecho extraído do livro “A GRANDE HISTÓRIA“, de Carlos Araujo Carujo)

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