quarta-feira, 9 de julho de 2014

APEHÚ - Surgimento da vila:


HISTORICO DA LINHA: Em 1616, quando Francisco Caldeira Castelo Branco aportou em Belém, já lá encontrou comerciantes batavos e ingleses. Com a cidade já estabelecida, açorianos também ali se instalaram e com isso outros núcleos foram surgindo, como Souza do Caeté, a futura Bragança. Para prover o abastecimento da região, já existia a cidade de São Luiz, no Maranhão, mas as comunicações por mar, por terra e por via fluvial eram difíceis. Ao longo do caminho, formaram-se pequenos povoados, como Castanhal, Igarapé-Açu, Timboteua e Capanema. Somente no último quarto do século 19 é que o Governo Provincial resolveu-se pela construção de uma estrada de ferro na região, quando esta já tinha produção agrícola razoável, mas uma imensa dificuldade de escoamento. A ferrovia deveria ligar Belem a São Luiz. Em 1870 já havia negociações nesse sentido. Após várias demoras e desistências, a obra começou em meados de 1883. Em 24 de junho de 1884 foi inaugurado o trecho inicial até a colônia de Benevides e em 1885, a Apeú. O trecho seguinte até Jambu-Açu, a 105 km de Belém, foi completado em 1897. Até 1907, a ferrovia avançou mais 31 km e em 1908 chegou a Bragança, seu objetivo mais importante: a essa altura, São Luiz era já um sonho numa estrada que não atingia 300 km de extensão. A ferrovia, sempre deficitária, tentou-se arrendar em 1900, mas, como o desenvolvimento na região por ela percorrida compensava os prejuízos, resolveu-se por um empréstimo externo no valor de 650 mil libras esterlinas. Finalmente, em 1923, a ferrovia foi repassada para a União e o Estado tornou-se seu arrendatário até 1936. A partir daí, passou de vez para administração federal. Em 1965, em péssimas condições de operação, fechou de vez. 



A ESTAÇÃO: A estação de Apeú foi inaugurada como ponta de trilhos em 1885. Nessa época, com 68 quilômetros de extensão (quilometragem da época) e ainda longe de ser terminada, afastou-se o concessionário original da mesma - não foram alcançados os resultados previstos em matéria de rendimento econômico previstos no contrato, que também previa por parte do concessionário a colonização por meio de imigração - e a ferrovia passou a ser administrada pelo próprio dono, o Governo da Província do Pará, que nomeou um empreiteiro para continuar a obra. Em 1896, o quadro de estações e paradas da linha era este. A linha chegava até Castanhal e tinha oito estações. A de Belém era a 1a e a de Apeú, a 7a. Havia ainda 16 paradas, tudo isso em 75 km de linha-tronco (Folha do Norte, 29/2/1896). Diante do insucesso da colonização, o próprio Governo leva e instala, a 7 de setembro de 1886, 108 colonos açorianos, destinado à colônia Araripe, em Apeú. Porém, levados pelo trem até o local onde deveria ser instalada a colônia, os colonos recusam-se a desembarcar, alegando falta absoluta de providências para alojá-los condignamente. Foram levados então de volta para Belém onde se dispersaram por completo. Com isto, somente oito anos depois se instalou a primeira colônia da região bragantina, a de Benjamin Constant, que, na época, estava bem longe do final dos trilhos. A velha estação do Apeú estava de pé em 2008 e virou mercado. Mas as telhas não eram as originais, francesas. Em frente a ela há uma casa coberta com telhas que parece com as da antiga estação. A referida casa é mais antiga do que a própria estação. Pertence a um dos primeiros moradores, filho de portugueses que vieram dar com os costados por aqui, e que cobriram sua casa com telhas francesas também. As telhas da antiga estação do trem foram retiradas na última reforma aviltante que realizaram neste pequeno pedaço da história de Castanhal. Descaracterizaram os aspectos originais da antiga estação do trem. Assim, as telhas originais do agora mercado foram retiradas e os moradores também se perguntam até hoje para onde as levaram.
 09/07/2014 - Mais: Estações Ferroviárias do Brasil

quarta-feira, 21 de maio de 2014

*CAMPOS DE CASTANHAL*

Delimitação territorial para provável batalha terrestre-fluvial:

Voltando à discussão em torno da origem do topônimo“Campos de Castanhal”, que é muito antiga, concluímos que ela refere-se, equivocadamente, a uma área para engorda de gado. Ora, segundo Rocha Penteado, que sobrevoou a região de Castanhal antes da devastação, quando a Estrada de Ferro de Bragança estava em construção existiam capoeirões e matas na região, mas não campinarana, ou falsas campinas – uma espécie de pasto natural – como se propalou anteriormente. A vegetação mais rasteira, que existia, era a macega, composta por ervas daninhas. O gado não sobreviveria neste ambiente.
O pesquisador Rubens Lima diz que a altura que a vegetação apresentava, quando inexplorada, com exceção da macega era mais ou menos uniforme e que atingia a média de 23 metros na região de Castanhal. Esta paisagem não poderia prestar, para a pastagem!



1. CARTOGRAFIA FRANCESA

Como já vimos o topônimo “Campos de Castanhal” deriva de velhos mapas franceses da região.
Durante a invasão francesa no Brasil, comandada pelo capitão Daniel de La Touche – o Senhor de La Ravadière – houve uma profunda investigação da costa paraense, sobretudo na região entre dois rios: Gurupi e Capim.
Belém, capital do Pará, teve como princípio o Forte do Presépio, construído pelos portugueses para proteção do território contra invasões europeias. Toda Amazônia era comandada a partir de Belém, região conhecida como Grão-Pará. Um imóvel, a Casa Rosada, localizado na Rua Siqueira Mendes, em Belém, foi construída por Mateus José Simões de Carvalho, da junta extraordinária de defesa do Grão-Pará contra uma possível invasão francesa.
Pouco tempo após a chegada dos primeiros portugueses ao litoral brasileiro, os franceses já marcavam sua presença na região, desde a foz do Rio Amazonas. Tendo à frente Daniel de La Touche fundaram, em 1612, na atual São Luiz do Maranhão, uma colônia que chamara de França Equinocial. Dali seriam expulsos, três anos depois. Em 1616 perderiam seu último território – o Pará.
Ciente das dificuldades para a ocupação do Grão-Pará, como a inexistência de caminhos regulares e seguros, a política filipina (ocupar o Litoral Setentrional nos reinados de Filipe II, Filipe III e Filipe IV) assumiu como finalidade principal, por meio da guerra e da colonização, garantir o monopólio ibérico na área. Após a expulsão dos franceses, Gaspar de Souza, governador-geral do Brasil, substituiu Jerônimo de Albuquerque por Alexandre de Moura que, entre outras medidas, preparou uma expedição militar para expulsar franceses que se tivessem estabelecido no Grão-Pará.
Também seguiram na expedição o piloto Antônio Vicente Cochado e o famoso prisioneiro francês Charles des Vaux. Este conhecia bem o do território e havia disseminado a ideia de estabelecer uma colônia entre nós. Sua estada na região foi facilitada por Jacques Riffault, que fazia viagens regulares havia alguns anos e que perdera ali um de seus navios sendo obrigado a deixar parte de sua tripulação. Des Vaux fez amizade com Uirapive – chefe indígena com quem Riffault tinha selado aliança – daí o seu grande conhecimento sobre o território.
Os franceses, que visitavam Bragança desde 1613, traçaram mapas geográficos detalhados e aplicaram a nomenclatura cartográfica da época: para sinalizar área às proximidades de curso d’água usavam o termo “campo”(champ), com a sinalização para campo de batalha, uma vez que a finalidade da demarcação cartográfica era, primordialmente, militar.
Le Champ de Bataille Castanhal”, “Champ Militaire Castanhal” ou simplesmente “Le Champ de Castanhal” em verdade era uma referência mapeada de um ponto estratégico regional.
 
Então, “Campos de Castanhal” foi uma delimitação territorial, assinalada como espaço onde poderia ser travada uma provável batalha terrestre-fluvial. Por isso as referências principais, para o mapeamento das regiões, eram rios. Isto depois serviu de base para acertar os limites territoriais. Esta disposição deriva da “Carte de La Partie Septentrionale du Bresil”, elaborada por um engenheiro de Hidrografia.

Nossa região foi tomada dos franceses pelos portugueses que, com os mapas dos inimigos conquistados e ajudados pelos índios Tupinambá, criaram uma nova topografia onde imprimiram seus próprios topônimos.
Importa mencionar as obras de João Teixeira Albernaz I, o mais notável cartógrafo português do Século XVII, de quem se conhece maior quantidade de cartas, merecendo destaque, desde logo, as vinte e uma cartas no códice “Livro que dá rezão do Estado do Brasil”, de 1626 e os seus atlas do Brasil (1627 e 1631). Seu neto e homónimo, João Teixeira Albernaz II, foi autor de vária cartografia do Brasil, entre 1665 e 1681, conforme descreve “PORTVGALIAE MONVMENTA CARTOGRAPHICA” da autoria de Armando Cortesão e Avelino Teixeira da Mota (Lisboa, 1960). Deve-se a Jaime Cortesão o interesse crescente, nos últimos anos, pelas obras dos Teixeiras, explanadas em vários trabalhos, mas, sobretudo no “Curso de História da Cartografia, Geografia das Fronteiras do Brasil” e na “História do Brasil nos Velhos Mapas”.
 
Existiram dois projetos de fortificação do Pará, ambos datados de 1773 e da autoria de João Gronsfeld. Um foi feito pelo método simples e outro pela forma complexa, incluindo a região adjacente, principalmente os cursos d’água já que estes dariam suporte ao principal meio de transporte bélico da época.
(Exraído do livro “A GRANDE HISTÓRIA”, Origens Cultural Editora)

terça-feira, 13 de maio de 2014

História política


CASAÇÕES DE SOARES

Em 1989 – ano das eleições diretas para a Presidência da República, depois de quase 30 anos – a desordem, na política de Castanhal, atingiu o Poder Executivo, com escândalo de repercussões nacionais. A ambição do poder se fez sentir, durante a investidura de José Soares da Silva, através de um amotinamento provocado pelo seu próprio vice-prefeito, José Ferreira Nobre.
O médico José Soares ganhou popularidade a partir do trabalho que realizou como secretário de saúde, na gestão de seu antecessor. Indicado à prefeito por este, saiu vitorioso pelo PMDB nas eleições de 1988, com 13.649 votos quando o seu principal adversário, Pedro Coelho Filho (PDS), coligado ao PL e ao PJ, obteve 10.460 votos.
No segundo mês de mandato Soares já estava indisposto com a Câmara de Vereadores. Por capricho não remeteu, ao Poder Legislativo, nenhuma das prestações de contas trimestrais, obrigatórias, durante o ano todo. Depois disto vai a pé, em passeata junto com populares e funcionários municipais, ao prédio da Câmara com a intenção de entregar algumas pastas, onde supostamente estariam documentos das contas da PMC, mas faz isto às 17 horas, quando o expediente encerrava-se às 13. Sem querer ouvir as explicações do vigia do prédio, de que o expediente do Legislativo já havia encerrado, Soares atira as pastas no chão e retorna com sua comitiva para a Prefeitura. A partir daí os vereadores começam a elaborar o processo de impeachment, de cassação de seu mandato.
O primeiro impedimento deu-se, pela Câmara, quando Soares ficou afastado durante 11 meses, assumindo a vaga o vice-prefeito José Ferreira Nobre. O segundo afastamento foi importo pela Justiça, mas depois Soares voltou por força de medida judicial liminar e ficou como Prefeito, por mais um ano e 4 meses, concluindo o mandato.
No início de 1990 o médico castanhalense Almir Gabriel é lançado candidato à vice-presidente da República, pelo PSDB, na chapa de Mário Covas.



(Trecho extraído do livro “A GRANDE HISTÓRIA“, de Carlos Araujo Carujo)

terça-feira, 6 de maio de 2014

O Surgimento da VILA

 Apeú surgiu com a construção da Estrada de Ferro Belém - Bragança, onde em 1885 os trilhos chegaram ao povoado do Apeú. Hoje é considerada uma vila distrital da cidade de Castanhal, no estado do Pará. Mais conhecida como Vila do Apeú, e reconhecida pelos correios como um bairro, esse lugar cresce aos poucos, devido a sua localização e atrativos turísticos como: O Balneário do Rio Apeú, as margens do rio com mesma denominação, do Carnapeú, evento carnavalesco que atrai milhares de pessoas a vila e da Grande Romaria de Nossa Senhora de Nazaré, comemorado no terceiro Domingo de Outubro, levando dezena de milhares de romeiros em procissão acompanhando a imagem até a igreja de Nossa Senhora de Nazaré, na Vila do Apeú. Sendo considerado a segunda maior romaria do Estado do Pará.
a vila do apeú possue atualmente população estimada em 12.000 habitantes e sua população vive basicamente do trabalho em fábricas que se localizam as proximidades da vila, no comércio de castanhal e tambem da agricultura. Apeú significa, em língua tupi, o caminho das águas de ouro, ou seja, das flores amarelas em abundância pelo rio, expressão essa que os índios usavam para orientar os colonizadores.

Estação da Estrada de Ferro Belém/Bragança

Inauguração: 1885

Uso atual: mercado, sem trilhos
Histórico da Linha: Em 1616, quando Francisco Caldeira Castelo Branco aportou em Belém, já lá encontrou comerciantes batavos e ingleses. Com a cidade já estabelecida, açorianos também ali se instalaram e com isso outros núcleos foram surgindo, como Souza do Caeté, a futura Bragança. Para prover o abastecimento da região, já existia a cidade de São Luiz, no Maranhão, mas as comunicações por mar, por terra e por via fluvial eram difíceis. Ao longo do caminho, formaram-se pequenos povoados, como Castanhal, Igarapé-Açu, Timboteua e Capanema. Somente no último quarto do século 19 é que o Governo Provincial resolveu-se pela construção de uma estrada de ferro na região, quando esta já tinha produção agrícola razoável, mas uma imensa dificuldade de escoamento. A ferrovia deveria ligar Belem a São Luiz. Em 1870 já havia negociações nesse sentido. Após várias demoras e desistências, a obra começou em meados de 1883. Em 24 de junho de 1884 foi inaugurado o trecho inicial até a colônia de Benevides e em 1885, a Apeú. O trecho seguinte até Jambu-Açu, a 105 km de Belém, foi completado em 1897. Até 1907, a ferrovia avançou mais 31 km e em 1908 chegou a Bragança, seu objetivo mais importante: a essa altura, São Luiz era já um sonho numa estrada que não atingia 300 km de extensão. A ferrovia, sempre deficitária, tentou-se arrendar em 1900, mas, como o desenvolvimento na região por ela percorrida compensava os prejuízos, resolveu-se por um empréstimo externo no valor de 650 mil libras esterlinas. Finalmente, em 1923, a ferrovia foi repassada para a União e o Estado tornou-se seu arrendatário até 1936. A partir daí, passou de vez para administração federal. Em 1965, em péssimas condições de operação, fechou de vez.
Acima: Ponte do Apehú, próximo à estação. (Cartão postal, data desconhecida).

A Estação: foi inaugurada como ponta de trilhos em 1885. Nessa época, com 61 quilômetros de extensão, e ainda longe de ser terminada, afastou-se o concessionário original da mesma – não foram alcançados os resultados previstos em matéria de rendimento econômico previstos no contrato, que também previa por parte do concessionário a colonização por meio de imigração – e a ferrovia passou a ser administrada pelo próprio dono, o Governo da Província do Pará, que nomeou um empreiteiro para continuar a obra. Diante do insucesso da colonização, o próprio Governo leva e instala, a 7 de setembro de 1886, 108 colonos açorianos, destinado à colônia Araripe, em Apeú. Porém, levados pelo trem até o local onde deveria ser instalada a colônia, os colonos recusam-se a desembarcar, alegando falta absoluta de providências para alojá-los condignamente. Foram levados então de volta para Belém onde se dispersaram por completo. Com isto, somente oito anos depois se instalou a primeira colônia da região bragantina, a de Benjamin Constant, que, na época, estava bem longe do final dos trilhos.
O Desenvolvimento:
O desenvolvimento do Núcleo de Castanhal começou mesmo a partir do momento em que o Governo decidiu dar início à execução do tão discutido e até mesmo desacreditado por alguns homens da Província, Projeto de construção da ferrovia que ligaria Belém e Bragança, cuja obra conforme a região passou a ser chamada de Estrada de Ferro de Bragança.
Em 1885, os trilhos chegaram à localidade de Itaqui às proximidades de Apeú, graças ao incansável trabalho desenvolvido por um dos heróis, que para essa promissora terra se deslocara como parte integrante da imigração nordestina, o coronel Antônio de Souza Leal, a quem o Governo confiara o comando de tão importante obra.
Levando-se em consideração alguns dos problemas que afetara a Província, como por exemplo, a falta de verbas, a epidemia da febre amarela que se propagava por toda a região, esta última, principalmente, fez com que o Governo suspendesse por tempo indeterminado a referida obra. Mesmo assim, sua paralisação não impediu o crescimento do núcleo, pois tanto o comércio como a sua agricultura, mesmo rude e com toda essa crise, se desenvolviam aceleradamente isto, a proporção que aumentava o número de famílias as quais se fixavam na esperança de que os trilhos chegassem a esse local ou mesmo a conclusão total da estrada. Muitas dessas famílias, é claro, se refugiaram com medo da doença que se alastrava para as demais, preferiram correr o grande risco alimentando as esperanças de dias melhores.
Vila Centenária:
O livro “Castanhal – Um pouco de sua história”, conta que Apeú (hoje Distrito de Castanhal) foi se colonizando juntamente com o que seria a sua futura sede municipal. Seu desenvolvimento começou mesmo pela metade do ano de 1883, quando se iniciou a execução do Projeto de construção da ferrovia que ligaria Belém à Bragança.

Acima: Locomotiva sendo abastecida de água na Vila do Apeú.(Acervo de Pedro Mota Filho)
Dois anos depois 1885, os trilhos chegaram na localidade de Itaqui, às proximidades do então Núcleo de Apeú, totalizando portanto 60 quilômetros. Esse trabalho, aliás, fôra comandado por um dos heróis nordestinos: o coronel Antonio de Souza Leal, que mais tarde juntamente com o tenente Alfredo Marques de Oliveira e outros, chegou a ser grande e respeitado chefe político da terra, como Intendente (cargo equivalente hoje ao de Prefeito), uma nomeação ou cargo de confiança que o Governo outorgava somente àqueles que prestavam relevantes serviços à comunidade.
A origem do Nome:
Segundo o pesquisador Luiz Fernandes, idealizador do projeto Apehú, o nome da vila pode ter muitos significados. Mas, para ele, a idéia mais aceitável é de que das águas de um rio coberto de folhagens amarelas teria surgido o nome da localidade. “Há ao longo do rio Apeú umas árvores chamadas Corticeiras. Em uma determinada época do ano elas deixam cair suas folhas no rio e ele fica igual a um tapete amarelo. Então acreditamos que esse topônimo tupi que já é registrado desde o século XVIII venha desta designação. Seria Apehú, o ‘caminho do rio amarelo’”, acredita.
Mas há quem discorde da versão. O escritor, pesquisador e memorialista José Lopes Guimarães, em seu livro “Castanhal – Um pouco de sua história”, diz que o nome Apehú (escrita original) se originalizou da seguinte forma: “aqueles que partiam do núcleo de Apeú com seus baús, ao chegarem no Núcleo Castanhal, eram logo interrogados de onde vinham e como teriam vindo. Respondiam: ‘lá da outra colônia’. A pé? ‘Sim’. ‘Hú! Como é longe’”, brinca Guimarães. Ainda segundo ele “isso foi pegando até que chegou ao ponto dos agrimensores que estavam trabalhando nos preparativos para o prosseguimento da estrada de ferro transformarem mesmo em tom de brincadeira, num nome que passou a ser levado a sério, até nossos dias”. E ainda há quem acredite que o nome Apeú veio mesmo das iniciais do nome de um antigo morador chamado Antônio Pereira Urbano, que recebia suas correspondências – via Correios -, com as iniciais A.P.U
Dúvidas à parte o distrito de Apeú acompanhou o crescimento de Castanhal e não abriu mão de peculiaridades como o banho de igarapé no final da tarde e a tradição familiar, que perdura até os tempos atuais, desde os primeiros habitantes.

(Fontes: José Maria Quadros de Alencar em Blog do Alencar: blogdoalencar.blogspot.com, janeiro de 2008; IBGE: Revista Brasileira de Geografia, julho e setembro de 1961; Guia Geral de Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Site Estações Ferroviárias: http://www.estacoesferroviarias.com.br, abril de 2011; Site Prefeitura Municipal de Castanhal: http://www.castanhal.pa.gov.br, abril de 2011)